terça-feira, 20 de outubro de 2015

Menina de 11 anos doa toda a mesada para atingidos pela chuva no RS


Diana Couto levou pão, leite e fraldas para local onde estão desabrigados.
Em todo o estado, são mais de 163 mil pessoas atingidas pelos temporais.
Uma menina de 11 anos resolveu doar toda a mesada para moradores atingidos pela chuva em Porto Alegre, como mostra reportagem do RBS Notícias (veja no vídeo acima). Dentro de sacolas, Diana Couto levou pão, leite e fraldas ao Ginásio Tesourinha, onde estão algumas famílias desabrigadas. Foi tudo o que ela conseguiu comprar com os R$ 50 que ganha mensalmente dos pais.
diana couto menina 11 anos doa mesada desabrigados rs (Foto: Reprodução/RBS TV)
Diana diz que gostar de ajudar as pessoas
(Foto: Reprodução/RBS TV)
"Eu gosto de ajudar as pessoas. Decidi pegar minha mesada para ajudar e ver se as pessoas também começam a ajudar", diz a menina.
A mãe Luciana Santos não esconde a emoção com o ato da filha. "Estou orgulhosa em saber que a gente está tentando fazer um bem. Saber que a minha filha está seguindo esses passos é um orgulho", celebra.

Mais de 160 mil pessoas são atingidas
O número de pessoas atingidas pela chuva, forte vento e queda grazino desde a última semana no Rio Grande do Sul chega a 163 mil, de acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil, no final da tarde desta sexta-feira (16). Os transtornos são registrados em 100 cidades gaúchas, segundo o levantamento do órgão.
Desde o dia 7 de outubro, mais de 38,9 mil casas foram afetadas pela chuva, atingindo um total de 163.749 pessoas. De acordo com a Defesa Civil 1.917 famílias estão desabrigadas, e outras 5.431 se locomoveram para casas de parentes ou amigos. Em cidades como Gramado Xavier, no Norte do estado, a força do vento arrancou todo o teto de casas.
Ao todo, 26 cidades já tiveram decreto coletivo de situação de emergência assinado pelo governo do estado e reconhecido pela União.

fonte:G1 RS

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Pães produzidos por Dona Zezé ajudam a alimentar 130 famílias do Litoral Norte


Forno Comunitário Madre Assunta, criado por Zezé em Capão da Canoa, completou 18 anos e segue como exemplo de projeto social na região

Por trás da aparente fragilidade em 1,50m de altura, vive a fortaleza Maria José Matos da Silva, 69 anos, em Capão da Canoa, no Litoral Norte. Gigante e generoso, o coração quase não cabe na senhora de voz doce e abraço jamais negado a alguém. Há 18 anos, Dona Zezé, como é conhecida, criou o Forno Comunitário Madre Assunta, no Bairro Santa Luzia, e sova o alimento que sustenta famílias carentes de três vilas de Capão e de Xangri-lá. 

Trompetista leva a paixão pela música às crianças de Nova Santa Rita

Nas terças-feiras, são produzidos centenas de pães com a ajuda das “valentes”, como ela identifica as mulheres que a auxiliam na tarefa. Em dois fornos de barro, o grupo assa a massa produzida a partir das doações de farinha e de outros ingredientes. Mas da casa transformada em obra social também saem cestas básicas, roupas, calçados e móveis vindos de doações. Zezé vive para alimentar a vida dos outros.
O início
"Um dia, cheguei na escola com a minha filha e vi dois meninos. Um deles tinha um pacote de bolacha nas mãos. O outro, só olhava muito. Aí, cheguei e perguntei porque ele olhava tanto. E ele disse: 'porque estou com fome, minha mãe não tinha nada para eu comer'. Fiquei tão atordoada com a resposta dele, que nem consegui perguntar o nome da criança. Na hora, pensei 'vou ter que fazer um forno comunitário'. Pedi ajuda numa rádio local e, em 60 dias, estávamos inaugurando o forno de barro." 
As dificuldades
"Começamos com dez famílias. As mães vinham, faziam os seus pães e levavam para casa. Quando faltava um azeite ou um fermento, eu fazia uma faxina para comprar e ter quando elas chegassem. Fiz muito fiado nos mercados. Às vezes, eram nove horas, dez horas da noite, e nós estávamos tirando a última fornada. E as mães e as crianças estavam ali sentadas, esperando o pão para levar para casa. Era o único alimento que elas tinham naquele dia."

Compromisso
"A terça-feira e a quarta-feira são sagradas. Não adianta vir aqui e dizer para a Zezé: 'vamos dar uma volta?' Não posso. Eu tenho compromisso com as crianças, tenho compromisso com os idosos, tenho que fazer o pão para eles. Trabalhamos da primeira semana de março até a segunda semana de dezembro, quando a maior parte das mães consegue emprego no Verão. Sempre das 7h30min até às oito da noite. Há 17 anos, temos a ajuda do Lions Club de Capão da Canoa. Mas dependemos muito das doações de todos."
Auxílio
"Por semana, usamos 130kl de farinha para fazermos 800 pães, e cada família leva seis para casa. Estamos sempre precisando de doações. São 130 famílias ajudadas nas vilas Arco-Íris, Praia do Barco, sede do forno, em Capão, e, também, a Figueirinha, em Xangri-lá. Eu sempre imagino o amanhã, quando eles pegarem este pão para o café e ficarem bem alimentados para a escola."

Conselho 
"Se você quer fazer e tem vontade, você corre e vence. Mas não é difícil. Tem que ter muita vontade, muita garra, muito amor. O melhor tempero deste pão é o amor. Se você não depositar todo o seu amor ali, não sai pão. Ele não cresce. Ele vai para o forno e não sai assado. Sai cru." 
Os conselhos da Dona Zezé
* Fazer o bem sem olhar a quem.
* Se você recebe o mal, pague com o bem. 
* Se você receber uma pedra, guarde-a. Um dia, esta pedra lhe servirá para trancar uma porta. Jamais devolva a pedra.
* Não tenha pressa, tenha paciência.
* Se você não tem paciência, logo ali na frente você pode tropeçar e cair num buraco. 

Para ajudar
* O Forno Comunitário Madre Assunta aceita doações de farinha de trigo, açúcar, fermento para pão, feijão, arroz, outros alimentos da cesta básica, roupas e calçados. 
* O endereço é Rua Getúlio Vargas, 364, Bairro Santa Luzia, Capão da Canoa
* Telefone: (51) 3625-5138

fonte:http://zh.clicrbs.com.br/rs/porto-alegre/noticia/2015/09/paes-produzidos-por-dona-zeze-ajudam-a-alimentar-130-familias-do-litoral-norte-4858839.html?utm_source=Redes%20Sociais&utm_medium=Hootsuite&utm_campaign=Hootsuite